segunda-feira, outubro 09, 2006

A Avaliação Somativa e a Taxonomia de Bloom

O principal desafio de confeccionar uma avaliação somativa é definir o seu escopo, ou seja, saber o que deve ser avaliado para que se tenha uma visão completa do processo cognitivo e do seu impacto junto aos estudantes. Uma classificação muito útil, que pode ser tomada como parâmetro para elaboração desse tipo de avaliação é conhecida como Taxonomia de Bloom, onde Benjamin Bloom e seus colaboradores criaram uma divisão dos objetivos educacionais em 3 partes, sendo elas:
  • Cognitiva: objetivos que enfatizam a memorização ou reprodução de algo que foi aprendido, ou que envolvem a resolução de alguma atividade intelectual para a qual o indivíduo tem que determinar o problema essencial, então reorganizar o material ou combinar ideiais, métodos ou procedimentos previamente aprendidos;
  • Afetiva: objetivos que enfatizam o sentimento, emoção ou grau de aceitação ou rejeição. Tais objetivos são expressos como interesses, atitudes ou valores; e
  • Psicomotora: objetivos que enfatizam alguma habilidade muscular ou motora.
Dentre os três domínios o cognitivo é o que costuma ser utilizado mais freqüentemente e, segundo Bloom, encontra-se divido em seis níveis, sendo eles:
  • Conhecimento: processos que requerem que o estudante reproduza com exatidão uma informação que lhe tenha sido dada, seja ela uma data, um relato, um procedimento, uma fórmula ou uma teoria;
  • Compreensão: requer elaboração (modificação) de um dado ou informação original. O estudante deverá ser capaz de usar uma informação original e ampliá-la, reduzí-la, representá-la de outra forma ou prever consequências resultantes da informação original;
  • Aplicação: reune processos nos quais o estudante transporta uma informação genérica para uma situação nova e específica;
  • Análise: caracterizam-se por separar uma informação em elementos componentes e estabelecer relações entre eles;
  • Síntese: representa os processos nos quais o estudante reune elementos de informação para compor algo novo que terá, necessariamente, traços individuais distintivos; e
  • Avaliação: representa os processos cognitivos mais complexos. Consiste em confrontar um dado, uma informação, uma teoria, um produto, etc., com um critério ou conjunto de critérios, que podem ser internos ao próprio objeto de avaliação, ou externos a ele.
Levando em consideração essa classificação é possível criar avaliações somativas que possibilitem uma visão abrangente do aprendizado, melhorando a aquidade da avaliação em si. Mas atenção! Nada substitui a técnica universal do bom senso, ou seja, mesmo que sejam seguidos critérios é preciso que o avaliador/professor tenha a sensibilidade necessária para considerar as diferenças entre os perfis de cada um de seus alunos, não havendo portando uma fórmula mágica, imutável, que permita avaliar qualquer grupo de alunos sem a interação direta do professor munido das informações extraídas por ele durante o processo de aprendizagem, sejam essas informações provenientes de outros instrumentos e avaliações ou não.

Mais informações sobre a Taxonomia de Bloom podem ser obtidas na fonte de onde retirei as informações contidas nesse post ou na página sobre o assunto na Wikipédia. No próximo post pretendo postar um instrumento de avaliação somativa reutilizável, baseado na teoria de Bloom, nada de muito complexo, na verdade estou pensando em uma planilha com a possibilidade de atribuição de pesos para cada um dos níveis, então até breve e boa leitura.