terça-feira, outubro 31, 2006

COLLES: O Questionário Construtivista sobre Ambientes On-line de Aprendizagem

O COLLES (Constructivist On-Line Learning Environment Survey) é um questionário de 24 perguntas criado com a intenção de avaliar a qualidade de Ambientes Virtuais de Ensino e Aprendizagem que leva em consideração os seguintes aspectos:
  1. Relevância: Quão relevante é o aprendizado on-line nas práticas profissionais do estudante?
  2. Reflexão: O aprendizado on-line estimula o pensamento crítico-reflexivo dos estudantes?
  3. Interatividade: O que leva os estudantes a se engajarem em um rico diálogo educativo?
  4. Suporte do Tutor: Quão bem os tutores auxiliam os estudantes a participarem do aprendizado on-line?
  5. Suporte Social: Os demais estudantes são fontes de estímulo e motivação?
  6. Interpretação: Os estudantes e os tutores se compreendem nas comunicações realizadas entre si?
O COLLES pode ser utilizado para avaliar como o estudante vê a situação atual do ambiente no qual se encontra ou para avaliar o que ele julga ser o ideal. A sua aplicação, dentro de um contexto de auto-avaliação diagnóstica é válido quando aplicado no início e no término de um curso ou ao longo do mesmo, a medida que modificações são feitas, aferindo o seu impacto gradativamente.

O COLLES é uma excelente ferramenta de auto-avaliação diagnóstica de ambientes virtuais de aprendizagem (acho que forcei!!! :-D). A sua aplicação é descrita em um artigo de Martin Dougiamas, criador do Moodle, no qual ele demonstra muito bem a sua aplicação. Mais informações sobre o COLLES podem ser obtidas no Moodle do SurveyLearning.com.

Consegui o Livro (Finalmente)

Acabo de por minhas mãos no livro da capa azul sobre didática em EaD do Otto Peters. Agora só faltam 2 artigos, 1 livro, algumas dezenas de postagens para ler, algumas para escrever, fóruns para participar, texto para enviar no portfólio... Acho que não esqueci de nada. ;-)

segunda-feira, outubro 23, 2006

As Falhas no Processo Avaliativo

O principal instrumento de avaliação utilizado na educação tradicional é a "prova", que é o mais marcante instrumento de avaliação somativa. Por muitas vezes é impossível conhecer o aluno apenas através desse tipo avaliação, com isso surgem algumas situações hilárias, como a do vídeo abaixo por exemplo ;-):

A questão que fica é que se tomarmos a situação acima de forma metafórica, poderiamos dizer que é impossível para o professor conhecer o seu aluno apenas através da nota que ele obteve em uma dada avaliação. Daí a necessidade de não nos limitarmos apenas ao processo tradicional de avaliação e de transformar a relação professor-aluno em algo mais produtivo do que uma simples atividade de "ouvir e reproduzir/memorizar".

segunda-feira, outubro 09, 2006

A Avaliação Somativa e a Taxonomia de Bloom

O principal desafio de confeccionar uma avaliação somativa é definir o seu escopo, ou seja, saber o que deve ser avaliado para que se tenha uma visão completa do processo cognitivo e do seu impacto junto aos estudantes. Uma classificação muito útil, que pode ser tomada como parâmetro para elaboração desse tipo de avaliação é conhecida como Taxonomia de Bloom, onde Benjamin Bloom e seus colaboradores criaram uma divisão dos objetivos educacionais em 3 partes, sendo elas:
  • Cognitiva: objetivos que enfatizam a memorização ou reprodução de algo que foi aprendido, ou que envolvem a resolução de alguma atividade intelectual para a qual o indivíduo tem que determinar o problema essencial, então reorganizar o material ou combinar ideiais, métodos ou procedimentos previamente aprendidos;
  • Afetiva: objetivos que enfatizam o sentimento, emoção ou grau de aceitação ou rejeição. Tais objetivos são expressos como interesses, atitudes ou valores; e
  • Psicomotora: objetivos que enfatizam alguma habilidade muscular ou motora.
Dentre os três domínios o cognitivo é o que costuma ser utilizado mais freqüentemente e, segundo Bloom, encontra-se divido em seis níveis, sendo eles:
  • Conhecimento: processos que requerem que o estudante reproduza com exatidão uma informação que lhe tenha sido dada, seja ela uma data, um relato, um procedimento, uma fórmula ou uma teoria;
  • Compreensão: requer elaboração (modificação) de um dado ou informação original. O estudante deverá ser capaz de usar uma informação original e ampliá-la, reduzí-la, representá-la de outra forma ou prever consequências resultantes da informação original;
  • Aplicação: reune processos nos quais o estudante transporta uma informação genérica para uma situação nova e específica;
  • Análise: caracterizam-se por separar uma informação em elementos componentes e estabelecer relações entre eles;
  • Síntese: representa os processos nos quais o estudante reune elementos de informação para compor algo novo que terá, necessariamente, traços individuais distintivos; e
  • Avaliação: representa os processos cognitivos mais complexos. Consiste em confrontar um dado, uma informação, uma teoria, um produto, etc., com um critério ou conjunto de critérios, que podem ser internos ao próprio objeto de avaliação, ou externos a ele.
Levando em consideração essa classificação é possível criar avaliações somativas que possibilitem uma visão abrangente do aprendizado, melhorando a aquidade da avaliação em si. Mas atenção! Nada substitui a técnica universal do bom senso, ou seja, mesmo que sejam seguidos critérios é preciso que o avaliador/professor tenha a sensibilidade necessária para considerar as diferenças entre os perfis de cada um de seus alunos, não havendo portando uma fórmula mágica, imutável, que permita avaliar qualquer grupo de alunos sem a interação direta do professor munido das informações extraídas por ele durante o processo de aprendizagem, sejam essas informações provenientes de outros instrumentos e avaliações ou não.

Mais informações sobre a Taxonomia de Bloom podem ser obtidas na fonte de onde retirei as informações contidas nesse post ou na página sobre o assunto na Wikipédia. No próximo post pretendo postar um instrumento de avaliação somativa reutilizável, baseado na teoria de Bloom, nada de muito complexo, na verdade estou pensando em uma planilha com a possibilidade de atribuição de pesos para cada um dos níveis, então até breve e boa leitura.

terça-feira, outubro 03, 2006

Avaliação: Enfoques, Papéis e Características

Ao pesquisar sobre Avaliação em EaD no Google eu acabei encontrando um artigo interessante sobre o assunto, no qual estão dispostas algumas informações compiladas de maneira analítica (lembrem-se, eu sou um computólogo :-D). A forma como foram classificadas as características das avaliações para cada enfoque pedagógico é bastante esclarecedora, assim como o restante das informações dispostas dessa maneira no artigo, dessa forma, procurei reproduzir abaixo algumas informações de forma resumida para o conhecimento dos leitores do Blog.

Enfoques e Suas Características de Avaliação
  • Tradicional: Utilização de verificações de curto prazo e prazo mais longo; punição (reprovação, notas baixas) e reforço positivo (aprovação, bons conceitos).
  • Tecnicista: Avaliação de comportamentos observáveis e mensuráveis; controle de comportamento face a objetivos pré-estabelecidos.
  • Libertador: Verificação direta da aprendizagem é desnecessária; avaliação da prática vivenciada entre educador/educando; auto-avaliação em termos de compromisso assumido com a prática social.
  • Progressista: A avaliação é realizada a qualquer momento, pois sua preocupação é diagnosticar falhas; observação do desempenho; valorização de outros instrumentos que não a "prova".
Papéis da Avaliação
  • Formativo: ocorre durante o processo de instrução; inclui todos os conteúdos importantes de uma etapa da instrução; fornece feedback ao aluno do que aprendeu e do que precisa aprender; fornece feedback ao professor, identificando as falhas dos alunos e quais os aspectos da instrução que devem ser modificados; busca o atendimento às diferenças individuais dos alunos e a prescrição de medidas alternativas de recuperação das falhas de aprendizagem.
  • Somativo: ocorre ao final da instrução com a finalidade de verificar o que o aluno efetivamente aprendeu; inclui conteúdos mais relevantes e os objetivos mais amplos do período de instrução; visa à atribuição de notas; fornece feedback ao aluno (informa-o quanto ao nível de aprendizagem alcançado), se este for o objetivo central da avaliação formativa; presta-se à comparação de resultados obtidos com diferentes alunos, métodos e materiais de ensino.
  • Diagnóstico: ocorre em dois momentos diferentes: antes e durante o processo de instrução; no primeiro momento, tem por funções: verificar se o aluno possui determinadas habilidades básicas, determinar que objetivos de um curso já foram dominados pelo aluno, agrupar alunos conforme suas características, encaminhar alunos a estratégias e programas alternativos de ensino; no segundo momento, buscar a identificação das causas não pedagógicas dos repetidos fracassos de aprendizagem, promovendo, inclusive quando necessário, o encaminhamento do aluno a outros especialistas (psicólogos, orientadores educacionais, entre outros).
Características do Bom Instrumento de Avaliação
  • Validade: mede o que se propõe a medir e permite generalizações apropriadas sobre as habilidades dos estudantes;
  • Consistência: requer que os professores definam claramente o que esperam da avaliação, independentemente da matéria ou do aluno;
  • Coerência: apresenta conexão com os objetivos educacionais e a realidade do aluno;
  • Abrangência: envolve todo o conhecimento e habilidades necessários ao conteúdo explorado;
  • Clareza: deixa claro o que é esperado do estudante; não confunde nem induz respostas;
  • Equidade: deve contemplar igualmente todos os estudantes, levando em conta as características e valores de sua comunidade.
Apesar do título, o conteúdo do artigo não parece ser voltado especificamente para a EaD. Eu acredito que essas informações sejam pertinentes a qualquer modalidade de ensino, portanto deixo o espaço para que profissionais da educação completem, através de seus comentários, as três listas apresentadas.

Em breve postarei novos textos sobre o assunto central do Blog. Para não perderem nada utilizem um dos muitos agregadores de notícias que existem por aí e assinem o nosso FEED.

domingo, outubro 01, 2006

Primeiro Post. Hello World!

De acordo com uma lenda muito antiga do mundo da informática é preciso, sempre que iniciado um novo projeto, que sejam proferidas as palavras sagradas "Hello World!" para garantir o bom funcionamento daquilo cujo o desenvolvimento está por ser iniciado. Assim sendo, para garantir que esse Blog irá funcionar corretamente e que não haverão problemas com ele, deixo registrado como primeiro post essa mensagem. ;-)